segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A contabilidade a serviço do desenvolvimento sustentável

A contabilidade a serviço do desenvolvimento sustentável
A crise, que já se alonga por muito mais tempo que o previsto, trazendo recessão econômica, ebulição social e muitas interrogações, lança dúvidas sobre a continuidade da União Europeia, criada justamente para fortalecer as nações sob as asas do euro. Já não estão ameaçados apenas pequenos países, mas também os mais fortes do bloco. Aparentemente passando ao largo das causas, as medidas governamentais adotadas até o momento parecem mais alimentar as tensões. Surgem movimentos pedindo a cabeça de governos e questionando tanto as soluções pontuais, os arrochos fiscais, os cortes de verbas, como o sistema econômico e os regimes de poder quanto à sua capacidade de oferecer respostas aos problemas.

Como idênticos sintomas explodem fora da faixa europeia, nos Estados Unidos, igualmente enfraquecidos nas suas finanças, com faixas da população insatisfeitas, podem pipocar por aqui também e em todos os países que seguem a mesma cartilha.

Então estamos avisados. Podemos evitar as incertezas por que passam europeus e americanos fazendo a leitura e a interpretação correta dos acontecimentos. Pensar a realidade nacional é justamente o principal compromisso dos congressos de contabilidade, apresentando a contabilidade como um instrumento para prever fenômenos e antecipar respostas capazes de ajudar o país a enfrentar as adversidades.

A 19ª edição do Congresso Brasileiro de Contabilidade, em agosto de 2012, em Belém, vai debater, a propósito, a sustentabilidade do desenvolvimento, uma pauta discutida em inúmeras conferências internacionais, infelizmente sem grandes avanços na prática. São visíveis no planeta os impactos negativos das atividades que destroem os recursos naturais. A elevação das temperaturas e a recorrência de fenômenos climáticos devastadores são alguns sinais.

Precisamos repensar as práticas de produção, por meio de processos inovadores e tecnologias que permitam a recuperação dos biomas. Notícia positiva, para nós, é a aprovação do novo Código Florestal Brasileiro, instrumento esperado para conter o desmatamento, a poluição das águas e a degradação do solo na área rural. As atividades industriais são campeãs em desrespeito ao meio ambiente, mas as agrícolas também têm sua culpa. Proteger as bacias hidrográficas, recuperar as matas ciliares e encostas são algumas das suas responsabilidades.

Não seria exagero afirmar que uma das muitas causas dessa crise, que, como vimos, pode se generalizar ainda mais, é esse modelo de desenvolvimento levado ao extremo. Papel da contabilidade é levantar informações sobre esses impactos e apresentá-las aos gestores e à sociedade, permitindo a tomada de decisões, mudança de postura, planejamento, fiscalização e cobrança.




Contador Paulo César Caetano de Souza
Presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná

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