terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Maria Inês Dolci: Cuidado com a promessa do IPI zero

Na semana passada, o governo anunciou a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de produtos da linha branca. Para fogões, a alíquota, que era de 4%, foi zerada. Para geladeira, o percentual passou de 15% para 5% e, para máquinas de lavar, de 20% para 10%. A alíquota sobre tanquinhos também foi zerada --era de 10%.

Redução de IPI e IOF ainda não atraem consumidor

"O consumidor deve ficar atento e comparar preços para não comprar gato por lebre", afirma Maria Inês Dolci, colunista da Folha.com.

A advogada especializada em direito do cosumidor ressalta que em alguns estabelecimentos os preços já eram mais altos antes do pacote do governo, portanto a queda do IPI não será tão vantajosa assim.

Para evitar siladas, a coordenadora institucional da Proteste recomenda ao consumidor solicitar o custo efetivo total do produto. Só assim ele poderá comparar o desconto.

http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/podcasts/1017172-maria-ines-dolci-cuidado-com-a-promessa-do-ipi-zero.shtml

Líder do Hezbollah aparece em público pela primeira vez desde 2008

O líder do Hezbollah xiita libanês, Hassan Nasrallah, participou nesta terça-feira em Beirute das festas xiitas da Ashura, em sua primeira aparição pública desde 2008.

Hassan Nasrallah presidiu no subúrbio da zona sul da capital libanesa as celebrações da Ashura e pronunciou um discurso.
"Eu queria estar com vocês por alguns minutos para renovar nosso compromisso e para o mundo nos escutar", disse Nasrallah, que ainda afirmou que o grupo está renovando o seu arsenal e "veio para ficar".

"Nós estamos crescendo em números, nosso treinamento está melhor e nossas armas estão aumentando", completou o líder. "E para aqueles que estão achando que nossas armas são velhas, estamos renovando nosso arsenal".

O líder do Hezbollah reiterou seu apoio ao regime do presidente da Síria, Bashar al-Assad, que vem enfrentando pressão da comunidade internacional para tomar medidas contra a violência durante a repressão dos protestos no país.

Ele acusou a oposição síria de se entregar à agenda dos Estados Unidos e disse que os manifestantes que pedem a saída de Assad estão sendo usados.

Após a aparição surpresa, Nasrallah disse que voltaria a aparecer em um telão onde faria um discurso mais prolongado.

O líder tem feito raras aparições públicas desde que o Hezbollah travou uma guerra com Israel em 2006. Desde então, ele tem se comunicado com seus seguidores e dado entrevistas principalmente por gravações enviadas por satélite.

*Com informações da AFP e da Associated Press


http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2011/12/06/lider-do-hezbollah-aparece-em-publico-pela-primeira-vez-desde-2008.jhtm

Novos ministros mantêm velhas práticas após faxina

O afastamento de seis ministros sob suspeita de corrupção no governo Dilma Rousseff não foi suficiente para mudar de forma profunda os procedimentos adotados nos ministérios atingidos pelas demissões, informa reportagem de Breno Costa e Dimmi Amora, publicada na Folha desta terça-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Análise feita pela Folha em processos de licitação, movimentação de pessoal e outros atos de pastas cujos titulares foram afastados na faxina executada por Dilma mostra que pouca coisa mudou na Esplanada dos Ministérios.

PDT decide continuar na base do governo após saída de Lupi
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O último a deixar o governo foi Carlos Lupi, que pediu demissão do Ministério do Trabalho no último domingo (4) após não conseguir explicar irregularidades em convênios assinados pela pasta.

Dos 37 ministros, a presidente Dilma Rousseff já perdeu sete desde o início de seu governo, em janeiro, sendo seis acusados de irregularidades --além de Lupi, Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Antonio Palocci (Casa Civil) e Orlando Silva (Esportes).

Outro a deixar o cargo, mas continuar no governo, foi Luiz Sérgio (Relações Institucionais), realocado no Ministério da Pesca. Ele foi substituído por Idelli Salvatti, antes titular da Pesca.

Já Nelson Jobim (Defesa) deixou o governo após desavenças com Dilma e declarações de que havia votado em José Serra (PSDB) na eleições presidenciais.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1017045-novos-ministros-mantem-velhas-praticas-apos-faxina.shtml

PIB do Brasil fica estável, mas continua melhor do que países ricos

Mesmo com a estabilidade do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, na relação com o trimestre imediatamente anterior, o Brasil continua em posição favorável em relação às maiores economias do mundo. A economia brasileira cresceu 2,1% na comparação do terceiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2010.

De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia brasileira ficou estável no terceiro trimestre deste ano, ante crescimento de 0,7% no segundo trimestre (dado revisado). De julho a setembro, o PIB cresceu, porém, 2,1% em relação ao mesmo período de 2010.

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Com o resultado, a economia do país acumula alta de 3,2% nos três primeiros trimestres do ano e 3,7% nos últimos 12 meses (quatro trimestres).

A estabilidade deste período já era esperada por parte dos analistas, enquanto muitos acreditavam que o resultado seria negativo devido a influência da desaceleração da economia mundial, com quedas nos crescimentos de países ricos, como França, Espanha e Itália, e nos últimos meses, a desaceleração da China (que recuou de 9,5% no segundo trimestre deste ano para 9,1% no terceiro).

Os destaques positivos são os esboços de recuperação dos Estados Unidos e Japão, cuja economia registrou alta de 0,6% no terceiro trimestre, ante o segundo, e alta de 1,6% na comparação com o mesmo período de 2010. No Japão, o PIB subiu 1,5% no terceiro trimestre, ante o segundo, mas ainda acumula perda, de 0,2%, na relação com o terceiro trimestre de 2010. Mas as duas economias vêm dando mostras de aquecimento. Destaque para a redução da taxa de desemprego dos EUA, que caiu para 8,6% em novembro, ante 9% em outubro, oferecendo um sinal de esperança para a economia.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1016836-pib-do-brasil-fica-estavel-mas-continua-melhor-do-que-paises-ricos.shtml

Declaração de IR de empresa acaba até 2014

O governo decidiu acabar até 2014 com a principal declaração entregue hoje pelas empresas ao fisco, a do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, informa Lorenna Rodrigues em reportagem na Folha desta terça-feira.

A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Para atender a ordem de racionalizar o sistema tributário brasileiro, dada pela presidente Dilma Rousseff em seu discurso de posse, a Receita Federal também vai extinguir mais sete documentos e adotar medidas para simplificar o PIS/Cofins.

Em entrevista à Folha, o secretário da Receita, Carlos Barreto, disse que várias declarações não são mais necessárias porque o órgão já dispõe das mesmas informações por meio sistemas eletrônicos, notas fiscais eletrônicas e do Sped (Sistema Público de Escrituração Digital).

"Não justifica mais a gente exigir do contribuinte uma declaração sobre algo que já temos", afirmou. A mudança pode ser feita apenas com uma instrução normativa. Segundo Barreto, nas próximas semanas, a Receita dará início à faxina com o fim da DIF-Bebidas, que traz informações sobre a produção de cervejas e refrigerantes.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A contabilidade a serviço do desenvolvimento sustentável

A contabilidade a serviço do desenvolvimento sustentável
A crise, que já se alonga por muito mais tempo que o previsto, trazendo recessão econômica, ebulição social e muitas interrogações, lança dúvidas sobre a continuidade da União Europeia, criada justamente para fortalecer as nações sob as asas do euro. Já não estão ameaçados apenas pequenos países, mas também os mais fortes do bloco. Aparentemente passando ao largo das causas, as medidas governamentais adotadas até o momento parecem mais alimentar as tensões. Surgem movimentos pedindo a cabeça de governos e questionando tanto as soluções pontuais, os arrochos fiscais, os cortes de verbas, como o sistema econômico e os regimes de poder quanto à sua capacidade de oferecer respostas aos problemas.

Como idênticos sintomas explodem fora da faixa europeia, nos Estados Unidos, igualmente enfraquecidos nas suas finanças, com faixas da população insatisfeitas, podem pipocar por aqui também e em todos os países que seguem a mesma cartilha.

Então estamos avisados. Podemos evitar as incertezas por que passam europeus e americanos fazendo a leitura e a interpretação correta dos acontecimentos. Pensar a realidade nacional é justamente o principal compromisso dos congressos de contabilidade, apresentando a contabilidade como um instrumento para prever fenômenos e antecipar respostas capazes de ajudar o país a enfrentar as adversidades.

A 19ª edição do Congresso Brasileiro de Contabilidade, em agosto de 2012, em Belém, vai debater, a propósito, a sustentabilidade do desenvolvimento, uma pauta discutida em inúmeras conferências internacionais, infelizmente sem grandes avanços na prática. São visíveis no planeta os impactos negativos das atividades que destroem os recursos naturais. A elevação das temperaturas e a recorrência de fenômenos climáticos devastadores são alguns sinais.

Precisamos repensar as práticas de produção, por meio de processos inovadores e tecnologias que permitam a recuperação dos biomas. Notícia positiva, para nós, é a aprovação do novo Código Florestal Brasileiro, instrumento esperado para conter o desmatamento, a poluição das águas e a degradação do solo na área rural. As atividades industriais são campeãs em desrespeito ao meio ambiente, mas as agrícolas também têm sua culpa. Proteger as bacias hidrográficas, recuperar as matas ciliares e encostas são algumas das suas responsabilidades.

Não seria exagero afirmar que uma das muitas causas dessa crise, que, como vimos, pode se generalizar ainda mais, é esse modelo de desenvolvimento levado ao extremo. Papel da contabilidade é levantar informações sobre esses impactos e apresentá-las aos gestores e à sociedade, permitindo a tomada de decisões, mudança de postura, planejamento, fiscalização e cobrança.




Contador Paulo César Caetano de Souza
Presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná

Com recuo da indústria, crescimento do PIB deve ficar perto de zero (Agência Estado)

Publicado em: 5 de dezembro de 2011

A indústria brasileira continua a perder força, puxando a forte desaceleração da economia nacional. O pacote de medidas de estímulo anunciado na quinta-feira, incluindo a redução de tributos sobre bens de consumo, é visto pelos analistas como uma tentativa do governo de lançar mão do que estiver ao seu alcance para relançar a atividade econômica. Embora as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, não sejam de grande magnitude, podem ser prenúncio de munição mais pesada nos próximos meses.

Na terça-feira, 6, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. Várias instituições ouvidas pelo Estado projetam crescimento próximo de zero, com recuo da indústria. Na sexta-feira, saiu o dado da produção industrial em outubro, com queda de 2,2% em relação a outubro de 2010, e de 0,6% ante setembro, na série dessazonalizada. O resultado foi pior do que a média das expectativas do mercado.

"A indústria da transformação está muito mal", diz Silvia Matos, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas no Rio. O Ibre projeta crescimento de 0,3% do PIB no terceiro trimestre, em relação ao trimestre anterior, na série dessazonalizada. A previsão para a indústria, porém, é de queda de 0,7%.

A projeção do Ibre também é de desempenho muito ruim do investimento no terceiro trimestre, com queda de 0,9% em relação ao segundo trimestre, na série dessazonalizada, e alta de apenas 2,2% ante o mesmo período de 2010. Silvia observa que tanto a produção nacional de máquinas e equipamentos quanto a importação tiveram quedas surpreendentes nos últimos meses.

Na LCA Consultores, a projeção é de crescimento zero no terceiro trimestre, com queda de 2% da indústria e de 0,7% nos investimentos - nos três casos, na comparação com o segundo trimestre, na série dessazonalizada. Mesmo o Itaú-BBA, que tem visão menos pessimista do investimento no terceiro trimestre, com projeção de alta de 1%, prevê queda na indústria de 0,4%. Para Aurélio Bicalho, economista do Itaú-BBA, o PIB do terceiro trimestre deve apresentar desaceleração em todos os componentes da demanda - consumo das famílias e do governo, investimento e exportações.

Ele considera que a freada entre julho e setembro deve-se principalmente a fatores internos, ligados a medidas tomadas pelo governo desde o final de 2010: alta da taxa básica de juros (que só começou a ser revertida em agosto), medidas macroprudenciais nos mercados de crédito, política fiscal mais apertada e manutenção do valor real do salário mínimo. A partir da segunda metade de agosto, Bicalho acha que a deterioração do cenário internacional, com a crise do euro, começou a pesar.

Já Sérgio Vale, economista da MB Associados, atribui um papel ainda maior à piora externa na desaceleração prevista para o terceiro trimestre. "Tenho dificuldade de achar que só a política econômica está justificando isso, eu vejo uma contaminação maior do cenário internacional", afirma.

Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, também considera que a freada no consumo e no ajuste de estoques reflete a contaminação da crise internacional na expectativa dos brasileiros e não é só efeito das medidas de aperto ao crédito tomadas pelo Banco Central. "Tudo isso é efeito da crise."

As instituições ouvidas pelo Estado preveem crescimento do PIB em torno de 3% em 2011, e de 3% a 3,5% em 2012.




Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,com-recuo-da-industria-crescimento-do-pib-deve-ficar-perto-de-zero,94671,0.htm